As aventuras de um Algarvio no país das papoilas (e das bicicletas, e das meninas nas vitrines, e das drogas, e dos diques, ...)
Quarta-feira, 28 de Novembro de 2007

Olá camaradas.
É triste (se bem que melhor do que a multa da semana passada) ter que admitir que a única coisa que tenho para vos contar é uma experiência  cinematográfica tridimensional. Efectivamente, no sábado passado fui ver o filme "Beowolf" ao cinema. Não sabia então, mas fiquei logo a saber quando a senhora da bilheteira me disse o preço do bilhete, que a sessão era a 3 dimensões. Nada a ver com as 3 dimensões do filme "O Monstro da Lagoa Azul" (não sei se ainda alguém se lembrará deste fenómeno televisivo que levou Portugal em peso a arranjar uns óculos especiais, que serviriam, pretensamente, para conseguirmos ver o filme a 3 dimensões; treta!)... este "Beowolf" tinha mesmo dimensões (se bem que não esteja certo de que eram 3). É uma experiência engraçada. Para começar, o filme era daqueles animados por computador e estava muito bem feito. Depois, porque o efeito 3D "atira" com as personagens para fora da tela; aparecem distribuidas pelo nosso campo visual a várias distâncias: umas andam ali pertinho de nós, outras passeiam por cima das cabeças das pessoas que estão lá mais à frente a ver o filme e outras estão lá ao fundo, no ecrâ, onde normalmente costumamos ver todas as personagens de um filme. Estou a lembrar-me de uma arma que foi arremessada lá do fundo do ecrâ e percorreu todo o espaço vazio do cinema até me entrar pelos olhos adentro; e de um cavalo que deu um salto e por pouco não me "aterrava" em cima (isto "virtualmente" falando, claro). Confesso que no princípio o efeito de profundidade me causou um bocado de confusão porque, por exemplo, se me concentrava nas legendas, que estavam mais perto de mim, perdia por completo a movimentação das personagens lá mais ao fundo. Mas passado um bocado habituei-me e quando saí de lá já estava completamente rendido ao cinema a 3 dimensões. A história do filme até seria "comestível" se não tivesse um daqueles fins que deixa todas as hipóteses em aberto.
De resto, meus amigos... nada! O tempo tem estado uma porcaria e não convida a coisíssima nenhuma a não ser ficar em casa. O meu chapéu de chuva, coitadinho, de tanta sova que tem levado da chuva e do vento, já apresentou um pedido de reforma antecipada.
Até ao meu próximo relato, aqui fica um grande bem haja para todos.
Red in Holland
publicado por Red in Holland às 18:29

Terça-feira, 20 de Novembro de 2007

Olá a todos.
Hoje trago-vos novas experiências e novas emoções.
A primeira aconteceu no sábado passado - a chegada do Sinterklaas (São Nicolau) - a Haia (Scheveningen para ser mais exacto). Por um qualquer motivo que ninguém aqui me sabe explicar, reza a história que o dito cujo vem de Espanha, por mar. À sua chegada, pude efectivamente constatar que vinha num barco com uma grande bandeira Espanhola. Junto vinha também o seu pequeno ajudante, muito famoso por estas bandas, o Zwarte Piet, que traduzido à letra signifca o "Pedro preto". E porquê este nome? Porque o personagem é mesmo preto (o que tem gerado alguma contestação por parte das pessoas de cor que vêem nesta "representação" uma forma de discriminação). À espera do SInterklaas estavam centenas de pessoas, miúdos e graúdos. Os mais pequenos fazem questão de trajar de forma semelhante aos pagens da Idade Média e de pintarem a cara de preto. Depois de cumpridas todas as formalidades da chegada, um grande cortejo de Zwarte Piets percorre a cidade com o Pai Natal que, aqui, em vez de renas tem um cavalo. O Sinterklaas vai manter-se por cá até, pelo menos, ao dia 5 de Dezembro, altura em que distribui as prendas pela crinçada.  A cobertura fotográfica do evento está  no sítio habitual (fotos do sapo).
Depois de toda a animação proporcionada pela chegada do São Nicolau Holandês, senti necessidade de relaxar por isso fui ao cinema. Fui ver o filme "Atonement". Não o achei "grande espingarda". Um bocado paradote por vezes e "pobre" quando comparado a outros filmes com enredos semelhantes.
A coroar o meu fim-de-semana, no Domingo à noite, fui perseguido e multado pela polícia; neste caso por polícia montada em bicicleta a pedal. Também eu ia de bicicleta a pedal. Motivo: circular na via pública em velocípede sem luz. Toma lá que já almoçaste...A talho de foice, e como curiosidade, uma pessoa que eu conheço foi multada em 50€ por atravessar uma passadeira com o sinal vermelho (apesar de não haver qualquer veículo motorizado à vista). Lei é lei e todas são para cumprir.
Por hoje é tudo. Até à próxima semana.
Red in Holland
publicado por Red in Holland às 18:20

Segunda-feira, 12 de Novembro de 2007

Caríssimos...
...espero que tudo vá bem por aí.
Dando continuação ao meu último post , parece que a tempestade não foi tão má como estavam à espera. Tivemos muito frio, muito vento, chuva e, em vez da neve que eu aguardava, granizo, mas nada que causasse grandes danos (uns vidritos partidos aqui e ali, umas placas deitadas ao chão, coisas assim pequenas).
No sábado (solarengo, apesar da dita tempestade) pensei em tirar umas fotografias para vos mostrar o quão bonito é o Outono aqui. Há mais cor, não é tão monocromático como o nosso. A folhagem das árvores adquire tonalidades fascinantes: amarelos, castanhos, dourado, vermelhos...simplesmente lindo. Infelizmente, depois dos ventos de sexta-feira ficaram muito poucas folhas nas árvores (se é que alguma) a que eu pudesse tirar fotografias. De qualquer forma, o que conta é a intenção.
O tempo por cá continua "maravilhoso": chuva (se bem que ocasional), vento (embora mais fraco) e frio (que vai piorar; na quinta-feira vamos para os graus negativos outra vez). Nada que um Algarvio não suporte com um sorriso nos lábios (roxos e enregelados).
Como devem imaginar, os fins-de-semana (e os dias de semana também, diga-se de passagem) actualmente só convidam a ficar em casa.
Bem...acho que me vou ficar por aqui. Até à próxima, um grande bem-haja.
Red in Holland
publicado por Red in Holland às 18:42

Sexta-feira, 09 de Novembro de 2007

A Holanda encontra-se em estado de alerta máximo.
O motivo: a tempestade que está a assolar esta zona da Europa.
Até agora, o país mais afectado foi a Inglaterra. No entanto, os motivos de preocupação para os Holandeses são bem reais e o perigo é considerável. A última tempestade desta magnitude a afectar a Holanda matou 1800 pessoas na década de 50.
Como sabem, uma porção considerável do território Holandês encontra-se abaixo do nível da água do mar pelo que o perigo de inundações é constante. Para minimizar o risco e melhor gerir os níveis de água, os Holandeses engendraram um complexo sistema de canais, diques e bombas. Os canais, de dimensões e capacidades distintas, formam uma rede que possibilita o equilíbrio dos níveis da água por meio da sua distribuição pelos mesmos. Quando há uma sobrecarga dos níveis de água num determinado ponto da rede, eles abrem as comportas e redistribuem a água em excesso pelo resto da rede. Quando a sobrecarga é muito elevada, para além deste mecanismo, recorrem também às bombas para ajudar a resolver o problema. O verdadeiro perigo está nos pontos de acesso ao mar, por onde, quando aliados vários factores, pode entrar água em quantidades que o sistema não consegue suportar e equilibrar em tempo útil (parto do princípio que uma chuvada de proporções bíblicas também causará sérios problemas). É precisamente isso que está a acontecer com os ventos fortes (e consequente forte ondulação), a chuva e as marés.
Pela primeira vez desde a sua construção, foram fechadas as "comportas" que impedem o acesso do mar ao porto de Roterdão e presumo que a barreira que corta o acesso ao mar do norte também tenha sido activada.
Os bombeiros, serviços de socorro e polícia estão de prevenção.
O trânsito e circulação de transportes públicos está condicionado (de tal forma que tive que voltar para casa a pé) e há zonas a cujo acesso foi vedado.
 Se houver alguma ocorrência digna de relato, voltarei a entrar em contacto brevemente.
Até lá...um grande bem haja.
Red in Holland
publicado por Red in Holland às 18:42