(continuação)
Para além das vantagens já referidas, a Holanda conta também com um valioso recurso natural - o gás natural - que nós não temos (pode ser que descubram petróleo nas prospecções que andam a fazer agora em Portugal) e a elevada carga fiscal aqui também dá uma ajudinha aos orçamentos do estado (que permitem depois desenvolver todas aquelas maravilhosas infraestruturas de que a actividade comercial necessita para se expandir).
Portugal não está tão bem localizado geograficamente (no contexto Europeu) quanto a Holanda mas pode vir a desempenhar um papel semelhante de intermediação quando (e se) a Europa se decidir virar para além fronteiras, nomeadamente para África e Américas (porque o mercado Europeu, por muito grande que seja, eventualmente há-de esgotar o potencial de expansão e crescimento).
Existem também diferenças significativas ao nível da atitude e comportamento dos Holandeses que se reflecte, directa ou indirectamente, no desempenho económico do país. Muito ciosos do seu espaço pessoal e privado evidenciam, no entanto, um forte sentido de "comunidade" e fazem da "igualdade" um pilar fundamental da vivência em sociedade. Isto significa, na prática, que demonstram grande civismo e consideração pelo que é de todos. Não se importam de pagar impostos (e pagam-nos, efectivamente, e bem altos) pois acreditam que é para o bem de todos. Respeitam e exigem respeito. São informais (não há cá senhores doutores para aqui nem senhores engenheiros para ali), simples (não será coisa do outro mundo ver o Director de uma empresa chegar ao trabalho de bicicleta a pedal) e esperam ser ouvidos e envolvidos em tudo o que os possa afectar (inclusive no trabalho). A questão da igualdade reflecte-se numa maior e mais equitativa redistribuição dos rendimentos, o que na prática significa que os trabalhadores recebem uma maior percentagem da riqueza criada pela empresa e que é menor a diferença entre os salários mais baixos e os mais elevados. Os Holandeses são "abertos", organizados, muito empenhados e envolvidos com o seu trabalho e adeptos do planeamento.
Não querendo ferir susceptibilidades (e isto é a minha opinião pessoal) eu diria que em Portugal, para a grande maioria, é mais o: "salve-se quem puder"; "venha a mim" tudo o que for possível; quem não foge aos impostos não é "filho de boa gente"; igualdade e participação dos trabalhadores, redistribuição de riqueza - qué isso ?!?!?!?!?!?!?!?!? Atribuimos grande importância aos títulos e aos sinais de riqueza em detrimento da verdadeira natureza e capacidade das pessoas e ainda se encontra muito o descarado sistema do compadrio ("o padrinho", "o amigo", "a cunha" que conhece alguém que conhece alguém que conhece alguém...).
(continua)
Para além das vantagens já referidas, a Holanda conta também com um valioso recurso natural - o gás natural - que nós não temos (pode ser que descubram petróleo nas prospecções que andam a fazer agora em Portugal) e a elevada carga fiscal aqui também dá uma ajudinha aos orçamentos do estado (que permitem depois desenvolver todas aquelas maravilhosas infraestruturas de que a actividade comercial necessita para se expandir).
Portugal não está tão bem localizado geograficamente (no contexto Europeu) quanto a Holanda mas pode vir a desempenhar um papel semelhante de intermediação quando (e se) a Europa se decidir virar para além fronteiras, nomeadamente para África e Américas (porque o mercado Europeu, por muito grande que seja, eventualmente há-de esgotar o potencial de expansão e crescimento).
Existem também diferenças significativas ao nível da atitude e comportamento dos Holandeses que se reflecte, directa ou indirectamente, no desempenho económico do país. Muito ciosos do seu espaço pessoal e privado evidenciam, no entanto, um forte sentido de "comunidade" e fazem da "igualdade" um pilar fundamental da vivência em sociedade. Isto significa, na prática, que demonstram grande civismo e consideração pelo que é de todos. Não se importam de pagar impostos (e pagam-nos, efectivamente, e bem altos) pois acreditam que é para o bem de todos. Respeitam e exigem respeito. São informais (não há cá senhores doutores para aqui nem senhores engenheiros para ali), simples (não será coisa do outro mundo ver o Director de uma empresa chegar ao trabalho de bicicleta a pedal) e esperam ser ouvidos e envolvidos em tudo o que os possa afectar (inclusive no trabalho). A questão da igualdade reflecte-se numa maior e mais equitativa redistribuição dos rendimentos, o que na prática significa que os trabalhadores recebem uma maior percentagem da riqueza criada pela empresa e que é menor a diferença entre os salários mais baixos e os mais elevados. Os Holandeses são "abertos", organizados, muito empenhados e envolvidos com o seu trabalho e adeptos do planeamento.
Não querendo ferir susceptibilidades (e isto é a minha opinião pessoal) eu diria que em Portugal, para a grande maioria, é mais o: "salve-se quem puder"; "venha a mim" tudo o que for possível; quem não foge aos impostos não é "filho de boa gente"; igualdade e participação dos trabalhadores, redistribuição de riqueza - qué isso ?!?!?!?!?!?!?!?!? Atribuimos grande importância aos títulos e aos sinais de riqueza em detrimento da verdadeira natureza e capacidade das pessoas e ainda se encontra muito o descarado sistema do compadrio ("o padrinho", "o amigo", "a cunha" que conhece alguém que conhece alguém que conhece alguém...).
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