As aventuras de um Algarvio no país das papoilas (e das bicicletas, e das meninas nas vitrines, e das drogas, e dos diques, ...)
Segunda-feira, 21 de Maio de 2007

Saudações a partir desta cada vez mais bela cidade de Haia.
A chuvinha tem feito maravilhas por aqui! As árvores, que até há pouco tempo não eram muito mais que tronco e ramos, transformaram-se em largas pinceladas de verde vivo que enchem a cidade de cor e vida (neste caso, vida vegetal). A metamorfose é de tal forma acentuada que muitas das paisagens se tornaram completamente novas, irreconhecíveis. A confirmar a regeneração primaveril estão também as crias dos muitos animais que por aqui andam em liberdade. Os que saltam mais à vista talvez sejam os patinhos, os pequenos gansos e cisnes que, por esses canais e lagos, nadam furiosamente atrás dos seus progenitores tentando acompanhar o seu ritmo.
Este fim-de-semana foi dedicado à vida boémia.
Dei uma volta até Scheveningen (zona balnear local) para ver a exposição de esculturas na areia que lá está patente. Comi umas batatas fritas tradicionais com montanhas de mayonaise e depois tomei um cafézinho (há hábitos difíceis de mudar) numa das muitas esplanadas que agora existem na praia.
Sábado à noite fui a uma festa. Há um clube de expatriados aqui que organiza festas e eventos com alguma regularidade. Eu, assim que soube da sua existência, inscrevi-me. Este sábado havia uma festa organizada por esse clube numa discoteca local que até nem fica muito longe do sítio onde vivo e decidi que estava na altura de ir dar uma espreitadela. As pessoas foram chegando, o ambiente foi animando, a música ajudou e a coisa tornou-se divertida. Tive a infeliz ideia de sair por voltas das 2 da manhã para ir para outra discoteca. Asneira! A música estava uma porcaria  e fiquei o resto da noite encostado ao balcão. Em Junho há uma outra festa, desta vez temática, num dos bares de praia. Vou ver se consigo ir e se o tempo ajuda.
Depois de um prolongado jejum cinematográfico, este domingo voltei a pôr os pés numa sala de cinema. Os bilhetes são um bocado carotes (8,75 €) mas as instalações e equipamentos são bons. Fiquei preocupado com o facto das cadeiras não serem desencontradas mas, felizmente, o meu vizinho da frente era um Holandês pequenino pelo que consegui ver o filme sem problemas de maior. O filme: "O Labirinto de Pan". Um bocado "pesado" mas adorei.
Bem... por agora é tudo. Fiquem bem que eu vou tentar fazer o mesmo e mandem notícias.
Um abraço.
Red in Holland
publicado por Red in Holland às 12:54

Segunda-feira, 14 de Maio de 2007

O "bom" tempo Holandês está de volta. Depois de um mês maravilhoso com sol e temperaturas elevadas (tal qual o nosso Verão) a chuva e o vento estão de volta. Felizmente a temperatura está num nível aceitável.
Este fim-de-semana foi menos agitado que o normal. A maior parte das viagens que tinha programado estão feitas o que me dá alguma abertura para começar a introduzir outro tipo de programas (espectáculos, cinema, exposições, etc.) nos meus planos para os fins-de-semana.
Assim, este que passou, decidi dar um saltinho a Amsterdão.  Fui visitar uma exposição no Tropenmuseum que estava prestes a terminar, dedicado à história e aplicações das "contas". Não me refiro a operações matemáticas, não! "Contas", aqueles pequenos elementos decorativos feitos de material diverso (madeira, vidro, metal, plástico, etc.) que se costuma aplicar no vestuário e acessórios. É impressionante as coisas lindas que se podem fazer com uma coisinha tão pequena e simples (embora algumas não sejam tão simples assim). Das peças em exposição constavam, entre outras, uns sapatos da Madonna, sapatos e véu do "traje" de casamento da princesa Grace Kelly do Mónaco, um vestido usado por Marlene Dietrich, outro da Diana Ross, outro ainda da Marylin Monroe bem como algumas peças de alta costura das mais conceituadas casas europeias.
De seguida corri para o estádio do Ajax. Não, não fui ver futebol! Em frente ao estádio está um recinto que alberga um espectáculo com cavalos denominado "cavalia". O espectáculo tem tido bastante sucesso pelos vários países por onde tem passado e o seu "progenitor" é um dos fundadores do famoso "Cirque du Soleil". Só a logística impressiona! O recinto assemelha-se a uma pequena aldeia e a tenda principal, onde decorre o espectáculo, tem a altura de um edifício de 10 andares e requere 150 pessoas e 12 dias para ser montada. A companhia conta com a colaboração de um staff permanente de 120 trabalhadores mais os cerca de 200 trabalhadores temporários que contrata em cada sítio para onde se desloca. Estão a começar a ver o tamanho da coisa!?!?!?! Os cavalos são para cima de 50, dos quais quase metade são puros sangue Lusitanos. Infelizmente, todos provenientes de criadores Franceses. O espectáculo em si recorre aos modernos meios de multimédia para criar um mundo de sonho e magia em que sobressai a estreita relação entre os cavalos e os artistas humanos. Muitas acrobacias, saltos de obstáculos, ARTE de montar a cavalo e alguns elementos de "dréssage" constituem alguns dos números que compõem este espectáculo bem como uma empatia entre cavalos e cavaleiros que dispensa chicote ou esporas.
O domingo foi dedicado, principalmente, a fazer compras porque tudo parece acabar ao mesmo tempo.
Me fico por aqui porque o relato já vai longo.
Fiquem bem e até à próxima.
Red in Holland
publicado por Red in Holland às 15:05

Segunda-feira, 07 de Maio de 2007

Olá a todos.
Por cá nada de extraordinário a relatar. Para quebrar a rotina do dia-a-dia e afastar o tédio, continuo nas minhas voltinhas de fim-de-semana.
Este sábado foi feriado - Dia da Libertação. Comemorou-se o fim da segunda querra mundial e a libertação da Holanda. Na sexta-feira, pelas 20h, houve um minuto de silêncio em honra dos que faleceram na guerra, acompanhado pelo despositar de flores pela Rainha no monumento aos combatentes da guerra em Amsterdão. No sábado, as celebrações que tiveram lugar em muitas cidades Holandesas consistiram principalmente em muita música, muita cerveja e muitas bandeiras enfeitando as fachadas dos edifícios.
Eu optei por ir visitar uma atracção turística - o Keukenhof. Trata-se de um enorme jardim em que as tulipas, como não podia deixar de ser, ocupam um lugar privilegiado. Para ser mais correcto, não é um mas vários jardins juntos num mesmo espaço. Estes apresentam configurações e espécies de plantas variadas. Os vários percursos existentes neste parque levam os visitantes através destes jardins, por pequenas pontes de madeira sobre pequenos cursos de água, ao longo de grandes alamedas, por entre zonas de vegetação mais ou menos densa, umas povoadas por pequenos arbustos outras dominadas por árvores de grande porte, junto de miniaturas de cascatas e de "rápidos". O sítio está equipado com vários pavilhões, zonas de comes e bebes, locais de repouso, parques para os mais pequenos, um labirinto e um recinto onde se realizam espectáculos com aves de rapina. Muito agradável.
Conheci também duas novas cidades - Haarlem e Groningen (esta última no Norte da Holanda). Ora, pois, que posso eu dizer... são concerteza duas cidades Holandesas!
O bom tempo que temos tido aqui e que durou sensivelmente um mês (de sol e temperaturas altas) terminou abruptamente. A chuvinha voltou mas, felizmente, a temperatura mantém-se aceitável.
Por hoje fico-me por aqui.
Um grande bem haja a todos e, já sabem, vão dando notícias.
Red in Holland
publicado por Red in Holland às 12:58

Terça-feira, 01 de Maio de 2007

Olá malta.
A volta este fim-de-semana foi até ao extremo sul da Holanda, mais precisamente a Maastricht e Valkenburg.
Adorei tudo!
Maastricht é uma cidade grande mas cheia de encanto. Grande parte do centro histórico mantém-se fiel às suas origens. Uma parte considerável da antiga muralha ainda lá está, catedral, porta da cidade, igrejas, etc. Os largos, pequenos e grandes, multiplicam-se por toda a baixa e neles as esplanadas e as pessoas. O canal e jardins, num dia quente como o que estava, convidam quem passa a mergulhar os pés na água e a relaxar deitado na relva, acompanhado pelos nativos daquele habitat específico: patos, gansos e cisnes.
A região em redor de Maastricht também é muito gira. Muito verde (mas isso não é raro na Holanda) e com relevo (isto sim já é uma preciosidade aqui). Ao circular nos arredores da grande Maastricht podem encontrar-se montes e vales verdejantes, salpicados de pequenos bosques que por vezes escondem pequenas casas de campo. Aqui e ali uma pequena aldeia e, nos campos em redor, uma ou outra quinta.
Valkenburg fica situada num vale e fez-me lembrar Sintra, mas em ponto pequeno. Os montes estão lá (não a Serra), a densa vegetação está lá, os caminhos que descem até à vila ou cidade estão lá e até as ruínas de um antigo castelo lá estão também. Por baixo de Valkenburg existe uma rede vastíssima de grutas ,algumas das quais remontam ao tempo da ocupação romana, e que nós podemos visitar. Para completar o quadro, Valkenburg junta ao que é histórico e beleza natural tudo o que dá animação e vida a um qualquer lugar: lojas, bares, cafés de beira de estrada e suas esplanadas e muita, muita gente. É simplesmente lindo!
Ontem foi o Dia da Rainha, dia em que se celebra o aniversário da Rainha (curiosamente não desta mas da sua mãe, a Rainha Juliana) e portanto feriado. Ainda bem, porque com a festança que houve na véspera penso que não haveria muita gente a conseguir ir trabalhar.
Os vários largos da cidade foram "fornecidos" com palcos em que actuaram várias bandas e artistas de diferentes géneros musicais. Havia inclusivé uma praça que albergava um pequeno parque de diversões com carrósseis e coisas do género. A massa humana era tão compacta que para nos deslocarmos de um ponto a outro tínhamos que recorrer a ruas secundárias dos arredores. Muita gente, muita diversão, muita bebida e também muito lixo "pavimentando" as ruas da cidade mas do qual, curiosamente, na manhã seguinte não havia qualquer vestígio. O pessoal da limpeza trabalhou bem durante a noite!
A relação dos Holandeses com a Casa Real e com a Rainha é visivelmente estreita (ou isso ou o pessoal da segurança é completamente tapado). Viu-se agora na televisão um exemplo: a Rainha caminhando por entre uma multidão de gente, separada apenas por uma barreira (desprotegida) formada por aquela espécie de "cancelas" metálicas, sem guarda-costas por perto, nenhum aparato militar ou policial (não ia sózinho mas os poucos elementos que a acompanhavam nunca a conseguiriam proteger se alguém lhe quizesse fazer mal), cumprimentando as pessoas pessoalmente, aceitando ofertas de toda a gente, etc. Uma coisa impensável para muitas monarquias deste nosso Mundo.
E prontos... por hoje já chega!
Fiquem bem e até breve.
Red in Holland
publicado por Red in Holland às 15:26