Olá a todos.
Ora já cá canta mais um fim-de-semana!
Este foi dedicado, entre outras coisas, a explorar Delft, uma localidade a uns 15 km daqui.
Em Delft vi o meu primeiro moinho Holandês e até subi lá acima!
Os canais formam uma espécie de rede que atravessa toda a parte velha da cidade e existe um canal maior que circunda o que era antes a cidade antiga, delimitada por uma muralha de que já só resta a porta oeste (Oostpoort) e duas torres. Esta descrição constitui, basicamente, a famosa "Vista de Delft" imortalizada por Vermeer num dos seus quadros, actualmente exposto no museu Mauritshuis.
Existe um grande largo onde, de um lado se encontra a Nieuwe Kerk com a sua enorme torre (segunda maior na Holanda) e onde estão sepultados os membros da família real, e do outro um edifício também imponente que eu penso ser a Câmara, mas ainda não tenho a certeza. Não muito longe está a Oude Kerk com a sua torre inclinada. Começou a afundar durante a construção e, apesar dos esforços dos construtores para corrigirem a situação, ficou assim, torta. Coisas que acontecem aos melhores! Do outro lado de um pequeno canal fica a antiga residência do Príncipe Willem, O Silencioso, líder da revolta contra os Espanhóis e, não muito longe - imaginem só - a "Corte das Princesas Portuguesas". Pois é! É que este senhor teve quatro netas que eram filhas de um Príncipe (??) Português. O nome que está lá escrito numa placa diz que se chamava Emanuel, mas eu, não sei porquê, tenho cá as minhas dúvidas que o nome fosse mesmo esse!!! Manuel, talvez, agora Emanuel?!?!? Historiadores do nosso Portugal sintam-se à vontade para esclarecer esta minha dúvida, ou suspeita, melhor dizendo!
Para não me alongar muito na conversa, a parte histórica de Delft é linda. Ruelas estreitas, ladeadas por casas pequenas, atravessadas aqui e ali por pequenos canais, concentrando num espaço de 2 ou 3 quilómetros tudo o que existe de histórico nesta localidade.
Tenho andado a tentar fazer o upload das fotografias mas o SAPO está com problemas! Espero tê-las disponíveis muito em breve.
No sábado à noite, finalmente, fui abanar o capacete. Soube-me tão bem!
Vanda, na discoteca onde fui passaram a nossa música. A dos Robin S! Lembrei-me logo de ti. Se pudesse, tinha-te teleportado para aqui na hora!
O domingo foi aborrecido. Ainda consegui ir ver onde a Rainha mora (sim! Imaginem que ela me convida para ir tomar chá!?!?!) mas a partir das 4h da tarde começou a chover e já não parou até à noite.
Por hoje é tudo. Fiquem bem.
Red in Holland

Olá a todos.

Não sei se têm estranhado o meu silêncio mas não tenho tido nada de extraordinário para partilhar.

Que tal foi o vosso Carnaval? O meu não foi! Aqui não se celebra Carnaval. Dizem-me que a única zona onde o Carnaval é celebrado mais a sério é lá para o sul, para a zona de Maastricht.

Tenho andado intrigado com o facto de não existirem centros comerciais aqui. Minto! Existe um centro comercial que já faliu umas duas ou três vezes e está prestes a falir novamente, por isso acho que não conta. Daí a boa saúde do comércio tradicional nesta cidade! Agora não sei se será assim por toda a Holanda?!?!? Hipermercados, pelo menos daqueles que nós conhecemos, também não encontrei nenhum. Caro Eng.º Belmiro de Azevedo, aqui tem território virgem para desbravar!

No outro dia decidi ir comprar peixe para preparar para o jantar. Meus amigos, quando os meus olhos dão com a etiqueta onde estava marcado o preço do peixe, ia-me dando o badagaio! Caríssimo! Uma única posta de peixe (embalada, porque não há peixe ou carne frescos à venda naquela tal cadeia de supermercados), que era suficiente para uma pessoa com um apetite não muito acentuado, custava quase 5 euros! Agora percebo porque é que as refeições nos restaurantes são tão caras.

Cumprindo o meu ritual de ir tomar café depois do trabalho, tenho tentado frequentar estabelecimentos diferentes, sempre que possível. Devo dizer-vos que tenho encontrado nesses sítios decorações lindas, pelo menos para mim. Não sei se o género “antigo” vos atrai mas eu gosto muito e aqui quase todas as casas (leia-se cafés) estão repletas de antiguidades; mais parecem salões palacianos, repletos de painéis de madeira trabalhados, telas de tecido pintadas a forrar as paredes, estandartes, candelabros majestosos, tectos ornamentados com pinturas de paisagens ou retratos de figuras e cenas bíblicas, etc. Um mimo (para quem gosta, claro!).

Para terminar o meu relato de hoje, devo confessar que voltei à lavandaria e que a coisa desta vez não correu tão bem. Começou logo mal quando não consegui abrir a porta da máquina de lavar que desta vez estava fechada. Quando estava prestes a arrombar a dita porta, reparei num pequeno botão com o símbolo de ligar/desligar. Pelo sim, pelo não, decidi premir o botão e a porta lá se abriu. Depois acho que exagerei no detergente porque a certa altura olhei para dentro do tambor da máquina e não conseguia ver a roupa. Só se via espuma! Por último, a roupa depois de seca ficou com um aspecto um bocado sovado, ressequido, gasto. Das duas uma: ou adquiriu aquele aspecto por ter demasiado detergente impregnado nas fibras ou então aquelas máquinas de secar dão cabo da roupa. Isto a continuar assim, depressa fico sem roupinha.

Fico-me por aqui. Vocês dêem notícias! Contem-me as novidades sobre a cidade, os amigos, o país.

Até breve.

Red in Holland

Já estou farto de museus! Já deito pinturas e cerâmicas pelos olhos! Acho que está na altura de fazer uma pausa nos museus.
Como já devem ter percebido, acabei por ficar por Haia e concluir a minha ronda pelos museus.
No entanto, ainda consegui ir à baixa ver as comemorações do Ano Novo Chinês, no sábado à hora de almoço. Uma celebração muito modesta mas cheia de cor, música e movimento. No domingo, acabei o dia a assistir a uma actuação ao vivo de música jazz num Hotel (Kurhaus) enorme e sumptuoso que existe em Scheveningen. Só vi a parte do salão mas fiquei impressionado! É gigantesco e tem o tecto decorado com frescos. Faz lembrar um palácio! É lindo!
Enquanto ouvia o recital lembrei-me da minha amiga Lita. Isto seria um tipo de programa que ela não se importaria de fazer comigo. Senti tanta falta dela! (os meus outros amigos que não se ofendam que também sinto falta deles, mas noutras situações que têm mais a ver com cada um especificamente)
Por falar em "sentir falta" é impressionante como, cada vez mais, qualquer coisinha me faz recordar pessoas ou locais que conheço: um rosto, uma música, um  aroma, o reflexo da luz na água. Tudo me traz à memória pessoas que conheço, sítios por onde já passei, perfumes que já senti, paisagens que já vi. Será um sintoma do agudizar das saudades?!?!?!?
Faz amanhã um mês que parti. Até passou depressa! Ainda tenho tanta coisa para ver e fazer que decerto os outros passarão tão ou mais depressa do que este.
Por hoje fico-me por aqui.
Um grande bem haja para todos e até breve.
Red in Holland

Pois é, meus amigos cibernautas! A culpa do péssimo sabor que a minha rica comidinha tinha era efectivamente das cenouras. Dei-me ao trabalho de provar todos os legumes individualmente até descobrir o culpado. Neste caso, a culpada!

A vida aqui tem decorrido com normalidade, tirando uma afecção da garganta que ainda estou à espera de ver no que vai dar – ou dá infecção (abençoada penincilina!) ou dá cura.

Já vos falei um pouco dos hábitos alimentares dos Holandeses e de como eles comem sandes “a dar com um pau”. O negócio das comidas rápidas aqui é uma mina. À pala desta coisa das sandes, eles aqui têm uma variedade enorme de pão, de cremes para barrar o pão, de carnes frias, queijos, fiambres, paios, chourições, ...(enfim, um universo de coisas) para meter no pão. Porque provavelmente não têm grande paciência para fazer jantar, há também uma gama enorme de refeições pré-cozinhadas, ou até mesmo já cozinhadas que apenas necessitam de ser aquecidas, e também de legumes pré-preparados (lavados, descascados, cortados, misturados com outros,...).

Outro terreno bastante fértil para ganhar dinheiro é tudo o que tenha que ver com ofícios: cabeleireiros, mecânicos, costureiros, sapateiros, etc... Eles pagam-se muito bem. Hoje estive a ver preços de cabeleireiros, por exemplo, e não havia nenhum que cobrasse abaixo dos 25 euros por corte. Que tal? Por isso, malta que tenha aprendido um ofício qualquer, toca a emigrar para a Holanda.

Aqui parece haver dias pré-estabelecidos para quase tudo. A quinta-feira, como já vos disse, é o dia das compras. Para além disso, é também o dia de colocar o lixo na rua (só à recolha de lixo à quinta-feira). Isto se for lixo normal! Lixo pesado, graúdo (tipo móveis, electrodomésticos, coisas assim) é à sexta-feira. Os meus colegas dizem-me que até para terem relações sexuais os Holandeses estipularam um dia: a quarta-feira. Esta não sei se não será gozo, mas já não me admirava nada que fosse mesmo verdade.

Este fim-de-semana estou indeciso em relação ao que hei-de fazer. A previsão meteorológica é de bom tempo. Não sei se acabe o meu tour pelos museus (coisa que posso perfeitamente fazer com mau tempo) se aproveite e vá até Delft, uma cidade histórica que há aqui perto e que toda a gente diz que é linda. Depois vos conto o que decidi.

Por agora despeço-me com um grande abraço para todos.

Até breve.

Red in Holland