Uma semana já lá vai. Embora não estivesse para aí virado, lá tive que ir aos saldos. Tinha que resolver o problema dos sapatos deslizantes, para não andar aí a cair pelas ruas, e cachecol, gorro e luvas quentes (não desses que se vendem aí que deixam passar o frio todo) são um must aqui.
No sábado dei um passeio gigante pela cidade que durou praticamente todo o dia. Há lá maneira melhor de conhecer a cidade?!? Talvez de bicicleta, mas ainda não tenho uma. Mais um item para juntar à lista de compras!
Neste meu passeio encontrei um “cantinho” Português bem no coração da cidade. Uma pequena loja, “A Pipa”, propriedade de um Português e que se dedica à venda de produtos portugueses. Podem encontrar-se coisas tão típicas como vinho, azeite, chouriços e afins, queijo (incluindo o meu muito adorado queijo fresco), rissóis, pastéis de nata, pão (congelado), salame de chocolate (hum...já me está a crescer água na boca), mas também outras coisas não tão típicas mas que provavelmente não existem cá à venda, como por exemplo Nestum. Para além disso, têm a melhor “bica” que já provei desde que aqui cheguei e por menos de metade do preço praticado pela generalidade dos estabelecimentos comerciais que as vendem.
É impressionante ver como as ruas estão sempre tão limpas. Existem vários espaços verdes na cidade, incluindo pequenos bosques dotados de percursos próprios para peões, pessoas em bicicleta e inclusive, em alguns, para pessoas a cavalo. E não deixa de ser muito agradável constatar que também estes espaços estão imaculadamente limpos. Não constituem, como em muitos sítios em Portugal, locais privilegiados para descarregar entulho. Ou os serviços de limpeza aqui são excepcionais ou então são as pessoas que têm uma outra atitude, talvez mais cívica, um maior respeito pelo que é de todos?!?
Antes de terminar gostaria de vos relatar um episódio bastante característico aqui no sítio onde estou a viver, Scheveningen, que, como já vos disse, fica junto ao mar e é extremamente ventoso e frio. Ora, no fim-de-semana, é possível verem-se centenas de nativos a caminhar pela praia ou pelo “calçadão” adjacente. Deslocam-se, muito bem agasalhados (pois está um frio de rachar), formando um ângulo de 45º com a areia (literalmente!) para conseguirem avançar contra o vento, enquanto levam valentes chicotadas de areia. Isto assim relatado não dá uma imagem muito fiel do que aquelas pessoas (mártires) sofrem para passearem um pouco na praia ou junto à praia. Só mesmo estando lá e vendo!
E com esta me fico porque a conversa já vai longa.
Um grande bem haja e até breve.
Red in Holland